Há cerca de um mês Amoah Chester, Kuma Peniel e Baba Iddi, todos da categoria Sub-20, estão treinando com os juniores do Brasil em busca de experiência e aperfeiçoamento no esporte. "É muito boa essa experiência de jogar aqui no Brasil, porque aqui o futebol é muito forte e tenho a chance de conhecer grandes jogadores. O Brasil sempre teve os melhores jogadores do mundo e eu espero aprender muito com o futebol brasileiro nessa minha passagem pelo país", disse o meio-campista Amoah Chester.
O Centro de Formação Xavante, onde estão inseridos os africanos, proporciona uma estrutura completa para o desenvolvimento dos atletas. Com treinos diários, em canchas de areia, quadras de futsal e campo, a garotada dos nove aos 19 anos tem um aporte profissional e adequado para quem deseja ingressar no mundo da bola. No caso dos meninos que não moram em Pelotas, como os ganeses, por exemplo, o Brasil ainda oferece alimentação e alojamento. "A estrutura aqui é muito boa, até por isso não estou tendo problemas quanto à adaptação. Estou gostando da comida, já estou me acostumando com o clima e está tudo indo bem", garante Kuma Peniel, que por causa da baixa temperatura teve que agregar novas peças ao seu guarda-roupas. "Em Gana é muito quente, eu nunca tinha usado uma jaqueta, mas aqui precisa por causa do frio", comentou o volante.
Mas se a adequação ao clima e à alimentação, os imigrantes estão tirando de letra, da comunicação não se pode falar a mesma coisa. Mesmo sendo o inglês a língua oficial em Gana, eles possuem quatro dialetos próprios no país, e nessa mistura de idiomas Amoah, Kuma e Baba não vão muito além do verbo ‘to be’. Como a língua inglesa também não é o forte da maioria dos colegas de equipe, a solução encontrada foi aprender a falar português, e eles já estão se virando com as primeiras palavras. Claro que dentro de campo o idioma não faz tanta diferença, ainda vale o grito e, também, o bom futebol que os africanos estão apresentando. Baba Iddi, inclusive, já um dos destaques do Sub-20 Xavante, que atualmente disputa a Copa SAFERGS. O atacante tem recebido muitos elogios dos companheiros de time e da comissão técnica, mas nada que contente a ambição do jovem ganês, que sonha alto. "Eu vim para o Brasil para pegar o bom futebol com os brasileiros, quero melhorar o meu desempenho pra me tornar uma estrela do esporte em Gana", afirmou Baba, que, entre outras coisas, está impressionado com a torcida Xavante. "Eu vi o jogo contra o Marcílio Dias e contra o Caxias e achei muito bom, o torcedor é fantástico, não vejo a hora de entrar em campo com uma torcida dessas do meu lado", projetou o atleta.
Foto/Carlos Insaurriaga Ass.E.C.Pelotas/ Texto-Leonardo Crizel Ass.E.C.Pelotas
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